A cidade de Madrid aprova o fim dos circos com animais selvagens
O plenário da Câmara Municipal de Madrid autorizou a proibição do uso de animais selvagens em atrações de circo. As organizações circenses vão ter um prazo de 1 ano para se adaptarem à recente norma.
O Governo de Manuela Carmena, a autarca de Madrid, estabeleceu que o uso de mamíferos selvagens é “injustificado” e tem “pouco ou nenhum valor educativo, conservacionista e econômico”, para além de não respeitar a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
A cidade de Madrid junta-se assim aos 64 municípios espanhóis que já obedecem as orientações da Federação Veterinária Europeia, de acordo com a qual os animais selvagens não podem ver satisfeitas as suas necessidades básicas num circo itinerante.
Além das considerações relativas ao bem-estar animal, os circos podem também por em ameaça a saúde e segurança públicas, explicou um porta-voz do Governo municipal.
“Não queremos que esta remodelação se interprete como um ataque ao circo; a história circense faz parte do acervo cultural, mas, no séc. XXI, por trás das gargalhadas não se pode omitir nunca o sofrimento de nenhum ser vivo, seja ele humano ou animal”, declarou Ignacio de Benito, do Partido Socialista Operário Espanhol, que votou a favor da proibição.
As organizações de proteção animal denunciam as “práticas cruéis” ocultas por trás dos truques que os animais aprendem para entreter o público, e que incluem, por exemplo, a utilização de chicotes, ganchos e até descargas elétricas. Os animais também são submetidos a períodos prolongados de confinamento extremo em caminhões e reboques, enquanto são transportados de cidade em cidade.
Ainda de acordo com uma investigação de opinião, a grande parte dos europeus castiga o uso de animais selvagens nos circos. Na Espanha, foram 73% os inquiridos que declararam ser contra a prática.
Há cada vez mais cidades e países proibindo os circos com animais selvagens. Portugal juntou-se a esta lista no ano passado, embora a medida só entre em vigor em 2024. O Havaí proibiu, no final de dezembro, a importação de animais selvagens perigosos para exibição em circos, celebrações e outros espetáculos públicos.