Voluntários se juntaram nesta semana, para custear o tratamento de um cão que foi arremessado de uma altura de 12 metros em Ceilândia, no Distrito Federal. Ele acaiu com o focinho no chão, quebrou os dentes e as patas dianteiras.
Testemunhas contaram ter visto o cão sendo arremessado, nesta quarta-feira, por um homem que trabalha na igreja. Um comerciante de marmitas que trabalha do outro lado da rua diz ter visto a cena – e o rosto do homem que cometeu o crime.
A cabeleireira Stephane Oliveira cuidou do cão quando achou o animal ferido na calçada, em frente ao prédio no P Sul, e gravou um vídeo para denunciar os maus tratos.
“Eu perguntei o que houve com o cão e me falaram que ele tinha pulado de cima do prédio, coisa que é impossível”, diz.
A Polícia Militar Ambiental começou a averiguar o caso após ver as imagens em uma rede social. Os policiais acabaram descobrindo que o homem acusado de jogar o cachorro pela janela presta serviços comunitários à igreja, como pena alternativa por um outro crime que não foi divulgado.
Se a agressão contra o cachorro for confirmada, o homem deve passar a responder, também, pelo crime ambiental de maus-tratos contra animais. “É um cidadão que já cumpria pena”, explicou o major Souza Júnior, do Batalhão Ambiental.
A dona do cão contou à TV Globo que se mudou a pouco tempo para a quadra. O cachorro chamado Olavo, nunca se adaptou ao novo endereço e sempre ia passear na área próxima da igreja.
Segundo os policiais, o local de onde o cachorro foi arremessado tem uma mureta de quase 1,4 metro. O cachorro que tem cerca de 50 centímetros de comprimento, não teria força suficiente para pular o obstáculo.
A pena por maus-tratos é definida na Lei de Crimes Ambientais, de 1998, e varia de 3 meses a 1 ano, e multa de até 40 salários mínimos.
“Houve fratura completa dos ossos, então vai ter que fazer cirurgia ortopédica e colocar pino. Ele vai ter que ser monitorado no pós-operatório”, explicou a veterinária.
Até a tarde desta quinta, os médicos ainda esperavam uma resposta da igreja sobre o caso. Isso, porque o custo da cirurgia deve superar os R$ 4 mil.
O novo pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, Cássio Augusto, disse ao G1 que tomou posse a paróquia horas depois do incidente com o cão – e que não pode decidir sobre o custeio da cirurgia sozinho.
Questionado sobre a manutenção do suspeito como prestador de serviços, o padre disse que ainda precisa ouvir o homem. Só então, será possível tomar uma decisão.
Enquanto o imbróglio com a igreja não chega ao fim, voluntários criaram uma vaquinha para ajudar nos custos com o tratamento. O grupo disponibilizou o telefone (61) 3542-6323 para quem quiser colaborar.
This post was published on 9 de fevereiro de 2019 15:17
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